A análise comportamental aplicada (ABA) é uma ciência aplicada que tenta compreender e melhorar o comportamento. Para os analistas comportamentais, tudo é comportamento e é importante analisar as contingências do mesmo, ao observarmos o que se passa no ambiente, e as relações entre os comportamentos. Se pretendermos, por exemplo, intervir num comportamento desadequado em ambiente de sala de aula, é importante antes de mais percebermos em que situações acontece e qual a contingência do mesmo, ou seja, o que acontece imediatamente a seguir. Ao percebermos a consequência do comportamento, poderemos intervir eficazmente, através da modificação de variáveis que o estão a manter. Se a criança grita durante a aula porque um colega se ri, é natural que o continue e fazer e que o faça cada vez mais vezes. No nosso dia-a-dia, todos nós aumentamos a frequência ou a duração dos nossos comportamentos quando somos positivamente reforçados (por exemplo quando voltamos a fazer aquele bolo de chocolate depois de nos ter saído tão bem e todos nos terem elogiado) ou diminuímo-la quando somos negativamente reforçados, ou seja, quando consequimos retirar um estímulo que nos é aversivo (por exemplo mudarmos de estação de rádio quando está a dar uma música que não gostamos).
Como já foi referido, tudo é comportamento e, se quisermos aumentar a frequência e/ou duração de um determinado comportamento, é importante adaptarmos a contingência à pessoa em questão. Para uma criança, receber um elogio pode ser um prémio maravilhoso, para outra, já é muito melhor receber um autocolante, mas para uma outra, nada disto poderá ter valor e não haver nada como um pedaço de bolacha para aumentar a probabilidade de voltar a fazer aquele esforço grande para aprender a identificar uma letra ou fazer uma conta, nomeadamente nos casos de atraso de desenvolvimento. O que importa, é encontrar o reforço certo, ou seja, que funcione efetivamente como um reforço para aquele indivíduo e que, utilizado como uma consequência imediata ao comportamento, o ensine a dizer “sim” ou “não”, a ler e a escrever, na sua autonomia na casa-de-banho, em competência sociais com os pares e em tudo o que necessite de aprender ou modificar para poder ter uma vida o mais independente possível, assim como uma maior qualidade de vida.
A análise comportamental aplicada envolve diversas estratégias de aprendizagem que permitem à criança, adolescente, adulto ou idoso aprender um comportamento complexo através da aprendizagem inicial dos componentes mais simples do mesmo. Se pretendemos que o sujeito aprenda a ler, é necessário que primeiro reconheça cada letra e qual o som da mesma, seguindo-se a leitura de pequenos palavras e gradualmente de frases. Dependendo do plano individual, há um treino intensivo e individualizado, baseado numa aprendizagem sem erros, e envolvendo sempre um registo preciso, para que se possa verificar de forma objetiva de que como o indivíduo está a aprender.
Nas últimas décadas, diversos estudos documentaram a eficácia da análise comportamental aplicada em diferentes populações, entre elas crianças com problemas de desenvolvimento e/ou de aprendizagem, e também em diversos contextos e com diferentes comportamentos, nomeadamente ao nível académico, de competências da vida diária, agressividade e comportamentos estereotipados. A intervenção poderá ser desenvolvida em casa, na escola e na comunidade. Ensinar diferentes competências e intervir em diferentes comportamentos, utilizando diferentes metodologias e a aplicação do reforço são os pontos chave do trabalho desenvolvido por nós!