As crianças e a alimentação

A alimentação consiste numa necessidade fundamental para todos os seres vivos e na idade escolar, tal como em outras fases do desenvolvimento, a alimentação saudável é de extrema importância para um crescimento e desenvolvimento normais. É importante, desde cedo, a criação de hábitos nutricionais fundamentais, trabalhando na prevenção de problemas de saúde ligados à alimentação.

A família e a escola têm um papel fundamental na educação alimentar das crianças, no sentido de modelar e capacitar para a adopção de hábitos alimentares saudáveis, pois estes são aprendidos através da observação, da educação e da experiência, sendo condicionados desde os primeiros anos de vida. A imitação é natural, por isso o que fizer em casa vai ser normal para o seu filho e fazer parte do seu padrão de comportamentos. Todos os hábitos que pretender que o seu filho adquira, deverão ser promovidos em casa. Os adultos constituem modelos, estimulando assim a aprendizagem a partir da observação.

O momento da refeição é também um contexto favorável à comunicação, à participação em rotinas diárias relacionadas e o desenvolvimento da autonomia. Sempre que possível, envolva o seu filho no processo, ao ajudar na escolha dos alimentos no supermercado, a escolher e ajudar na preparação do jantar ou a pôr a mesa. Assim, o seu filho estará ativamente envolvido, com maior vontade em participar e com uma atiude mais positiva no que respeita à alimentação. Para além disso, poderá também explorar outras aprendizagens e atividades relacionadas como jogos, desenhos, combinações, vocabulário, atributos dos alimentos, sabores, entre outros, tornando a temática da alimentação mais animada e familiar.

A hora da refeição é igualmente um momento de socialização, o que irá ajudar a que o seu filho crie uma relação saudável com a comida. É importante também que nestes momentos haja calma e serenidade como promotores de maior sucesso nas mudanças de alimentação e na experimentação e habituação a novos alimentos, que poderão causar alguma resistência no seu filho. Quando o comportamento das crianças no momento da refeição se tornar problemático, como por exemplo quando introduzir novos alimentos e ocorrer resistência e/ou uma birra, é importante agir de forma a diminuir os comportamentos inadequados, substituí-los por comportamentos mais adaptativos, encorajando a experimentação de novos sabores. Não negoceie nem aceite a troca do alimento recusado por outro durante a refeição. Não deve forçar a ingestão de nenhum alimento, mas deve apresentar a situação de forma clara e consistente, dizendo-lhe que naquele dia haverá um alimento novo chamado x e que colocou um pouco no prato. Quando a criança experimentar o alimento novo, deve ser muito reforçada, podendo receber depois um alimento preferido, uma sobremesa, ou acesso a um jogo. Gradualmente aumente a quantidade deste alimento e faça o mesmo processo para outras novidades.

Se o seu filho recusar mesmo comer, o processo deverá ser idêntico, ou seja, poderá apresentar num prato um pouco de um alimento novo ou previamente recusado, e reforçar a criança, por exemplo através do elogio, pelo sucesso em pequenos passos: a aceitação deste prato ser colocado à sua frente sem nenhuma resistência, reforçar o cheirar, o tocar e até colocar na colher e posteriormente provar um pouco. Assim que o seu filho provar, deverá imediatamente reforçá-lo com um alimento preferido para comer. Na próxima refeição deverá pedir duas colheradas antes de dar o alimento preferido e assim sucessivamente. Caso o seu filho não queira, diga-lhe apenas que não necessita de comer, mas que não haverá outra opção e sobretudo não altere a sua decisão e espere pela próxima refeição para repetir o processo.

Se a criança apresentar habitualmente problemas na hora da refeição, deverá ser preparada previamente para esta altura. Avise antecipadamente o seu filho acerca da interrupção da atividade que está a fazer, por exemplo uma brincadeira, para não ir bruscamente para a mesa. Poderá também dar outra oportunidade à criança na altura de comer coisas novas, dando-lhe por exemplo a escolher dois ou três alimentos, em vez de um. Deve também ter em conta os gostos e preferências do seu filho, tendo em vista a manutenção da alimentação saudável, mas respeitando também se houver o caso de existirem alimentos que não gosta.

É importante que a criança saiba que a hora da refeição é um momento prazeroso e de socialização, mas onde também existem regras e rotinas. Deverá, entre outros, existir o hábito de permanecer sentado no lugar até terminar de comer, o que permitirá também realizar com maior facilidade refeições em espaços públicos ou em casa de outras pessoas. Se for realmente difícil para o seu filho permanecer sentado por muito tempo, comece aos poucos, aumentando gradualmente o tempo que permanece na cadeira e reforçar sempre cada etapa de forma consistente.

Boas refeições!

Sofia Moreira

MS, Psicóloga

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